Fundos de Investimento Versus Investimento Direto

O que são fundos de investimentos?

Os fundos de investimento são condomínios em que a função de administrar os recursos cabe a uma instituição financeira, que contrata um profissional, chamado gestor, para escolher os títulos financeiros que vão compor a carteira de investimentos.

Cotistas

Os investidores adquirem partes do fundo chamadas de cotas, porém não possuem poder de decisão sobre o portfólio do fundo, cabe ao gestor, por exemplo, escolher quais ações um fundo de ações vai ter, quando comprar e quando vender cada ação, o gestor é um profissional certificado e habilitado para fazer esse trabalho.

Taxa de Administração e Custos dos Fundos de Investimento

Os fundos de investimento cobram taxas para remunerar o trabalho do administrador, a forma básica de remuneração, cobrada por todos os fundos, é a taxa de administração, porém alguns fundos cobram outras taxas que falaremos mais adiante.

A taxa de administração dos fundos é expressa em porcentagem ao ano e calculada sobre o patrimônio, ou seja, mesmo que o fundo tenha perdas, enquanto houver um centavo de patrimônio no fundo haverá cobrança, normalmente as taxas variam entre 1% e 3% ao ano, mas podem haver taxas maiores ou menores que esses valores de referência.

Para ter uma ideia do valor da taxa de administração: se você tem um patrimônio médio de R$ 100 mil  reais aplicados durante 1 ano em um fundo com taxa de administração de 2%, gastará pelo menos 2 mil reais com a taxa de administração sem ver esse dinheiro sendo debitado, a legislação permite ainda que o administrador efetue algumas despesas por fora da taxa de administração, também de forma relativamente oculta, pois poucos cotistas se dão ao trabalho de ler o balanço do fundo de investimento.

A taxa de administração é cobrada diariamente com base em um ano de 252 dias úteis, a cota divulgada diariamente já é líquida da taxa de administração. Os fundos ainda podem cobrar outras taxas adicionais tais como taxa de performance, entrada e saída, o que pode elevar ainda mais os custos para o investidor.

Impostos são retidos periodicamente em fundos de investimento


Nos fundos de investimento de curto e longo prazo, ou seja, qualquer fundo que não seja fundo de ações o governo brasileiro faz antecipação periódica de imposto de renda semestralmente (conhecido como come-cotas), sempre no último dia útil dos meses de maio e novembro, ou seja, o investidor paga o imposto mesmo sem ter recebido/resgatado o investimento, enquanto que nos investimentos diretos de renda fixa o investidor só paga imposto de renda quando resgata o investimento ou recebe juros. O pagamento antecipado do imposto de renda reduz o montante investido influenciando na capitalização de longo prazo, pois reduz a base que incidirá os juros compostos.

FIC - Fundo de Investimento em Cotas - Taxas em Duplicidade

Existem Fundos que investem em fundos, são os chamados Fundos de Investimento em Cotas (FICs), são fundos que não compram títulos financeiros (conhecidos por papéis no jargão do mercado) diretamente, investem em outros fundos. Numa análise simples é fácil verificar que além da taxa de administração do FIC, o investidor está também pagando a taxa de administração dos fundos que o FIC investe. Muitas vezes o FIC investe em fundos do próprio administrador, gerando um acúmulo de taxas para instituição administradora que tende a distribuir melhore comissões para seus distribuidores (AAI), que por sua vez tem maior propensão a oferecer o produto ao investidor, mesmo sabendo que não é a opção mais rentável. Por isso é sempre bom ficar atento, uma baixa taxa de administração de um FIC nem sempre representa um produto competitivo, pois pode estar investindo em fundos de investimento com taxa de administração elevada.

Investimento Direto: O que é? Como fazer?

O investimento direto ocorre quando o investidor compra diretamente os títulos financeiros, sem intermédio dos fundos, para fazer investimentos diretos é necessário que o investidor abra uma conta em uma CORRETORA. Se você tem uma conta no banco pode investir por exemplo em um fundo de ações, mas não conseguirá comprar diretamente ações escolhidas para o seu portfólio, essa opção somente estará disponível se você tiver uma conta em uma Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM). Atualmente abrir uma conta em uma CTVM é um processo simples, que pode ser realizado rapidamente pela internet com documentos escaneados e envio posterior de cópias autenticadas.

Qual Corretora devo utilizar? 

A maior parte dos bancos tem sua própria corretora, e isso pode facilitar a vida do investidor, mas nem sempre as corretoras vinculadas aos bancos possuem os melhores produtos, as corretoras independentes (sem vínculos com bancos) em geral dispõem de uma diversificação maior de produtos e custos de transação mais competitivos, assim , por exemplo, se eu vou comprar uma LCI (Letra de Crédito Imobiliário, um tipo de investimento bem comum) pela corretora vinculada ao banco só vou ter a opção de adquirir LCIs do próprio banco, enquanto que em uma corretora independente vou ter diversas outras opções, algumas provavelmente com rentabilidade mais elevada e a possibilidade de diversificar melhor, reduzindo assim o risco dos investimentos, por isso recomendamos abrir uma conta em uma corretora independente. Bom lembrar que existem corretoras de bancos que tal como as corretoras independentes também trabalham com títulos financeiros de outras instituições, a chamada arquitetura aberta, mas não é o comportamento mais comum das corretoras vinculadas.

Vantagens e Desvantagens de Investir Diretamente

Vantagens: 
Custos mais baixos - Não tem taxa de administração, outras taxas e outros custos que são cobrados pelos fundos de investimento.
Ausência do Come-Cotas - O investidor só paga o imposto quando recebe.
Possibilidade de adequação mais justa ao perfil de investidor - os fundos são produtos genéricos.

Desvantagens: 
Menor Diversificação - O investidor individual tende a ter um número bem menor de "papéis".
Maior Risco - Portfólio de Investimentos gerido por investidor não profissional, com menos informação sobre os riscos.
Mais trabalhoso - É preciso escolher os papéis, aplicar, resgatar, em alguns casos recolher os impostos.





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